1. Como é a retirada de pontos após o transplante de córnea?
Geralmente a retirada se inicia após o terceiro ou quarto mês de pós-operatório. A retirada seletiva dos pontos que estão causando alto astigmatismo na córnea vai sendo indicada pelo oftalmologista a cada consulta. Este processo se dá até que o valor do astigmatismo diminua e considerado aceitável para o período pós-transplante.
2. Todos os pontos do transplante de córnea devem ser removidos?
Na maioria das vezes não. A retirada seletiva dos pontos que estão causando alto astigmatismo na córnea vai sendo indicada pelo oftalmologista a cada consulta. Este processo se dá até que o valor do astigmatismo diminua e considerado aceitável para o período pós-transplante. Após este momento, os pontos que não foram retirados serão absorvidos pelo organismo ao longo do tempo.
3. Quais os sintomas de um ponto frouxo ou de um ponto roto?
Pontos frouxos ou rotos geram sensação de corpo estranho na maioria das vezes. Pode ocorrer vermelhidão e secreção próximo à área do ponto em questão.
4. Pontos frouxos ou pontos rotos devem sempre ser removidos?
Sim, trata-se de uma emergência. Pontos frouxos ou rotos após transplante de córnea devem ser o mais rapidamente removidos por um oftalmologista. Enquanto não são removidos, estes pontos, que já perderam sua função esperada, podem gerar infecção ou rejeição do transplante. Após a retirada o oftalmologista geralmente prescreve antibióticos e corticosteroides tópicos para se evitar essas possíveis complicações.
5. Por quanto tempo pode ocorrer uma rejeição após transplante de córnea?
Em um transplante de córnea penetrante, a rejeição é mais comum se iniciar após os primeiros anos mas pode ocorrer para sempre.
6. O tipo de transplante de córnea influencia na rejeição?
Sim.
O transplante penetrante, como todas as camadas da córnea são substituídas, a rejeição pode acometer quaisquer destas camadas.
Os transplantes lamelares anteriores (DALK, FALK) eliminam a chance de rejeição do tipo endotelial pois esta camada não é substituída.
Os transplantes lamelares posteriores (DSEK, DMEK) podem sofrer rejeição endotelial mas numa taxa muito menor que os transplantes penetrantes.
Os transplantes rotacionais autólogos, por utilizarem a mesma córnea do paciente, não estão sujeitos a nenhum tipo de rejeição. (Leia mais sobre os tipos de transplantes)
7. Quais os sintomas de uma rejeição após transplante de córnea?
Geralmente o sintoma mais comum é o embaçamento visual, que ocorre decorrente do edema (inchaço da córnea e perda parcial de transparência) que aparece com a rejeição. Todo paciente portador de transplante de córnea com este sintoma deve procurar prontamente atendimento por um oftalmologista. Se o tratamento for instituído rapidamente a córnea transplantada pode ser salva e um retransplante pode ser evitado.
8. Durante um transplante de córnea, a córnea toda é substituída?
Geralmente não. O diâmetro do enxerto será calculado pelo cirurgião no momento da cirurgia. Geralmente uma parte da periferia da córnea não é transplantada com a finalidade de se diminuir a taxa de rejeição.
Em relação à profundidade e às camadas corneanas substituídas, isto depende do tipo de transplante que foi indicado para cada situação. (leia sobre os tipos de transplante de córnea)
9. Coçar os olhos pode prejudicar um transplante de córnea?
Sim, o hábito de coçar pode gerar pontos frouxos e/ou rotos e acabar prejudicando o resultado final refrativo do transplante.
Além disso, a alergia ocular deve ser tratada a fim de se evitar maior risco de rejeição ou infecção para o transplante.
10. Quais os danos de um trauma ocular em olhos que fizeram transplante de córnea?
Isto dependo do tipo de transplante de córnea. A situação mais perigosa ocorre em pacientes com transplante penetrante. O paciente deve procurar atendimento prontamente a fim de realizar exames e ser adequadamente tratado.
11. Qual a principal causa de baixa visão em um paciente que fez transplante de córnea?
Se o transplante estiver transparente, a causa mais comum é alto astigmatismo ou astigmatismo irregular. Alta miopia ou alta hipermetropia também podem ocorrer. Nestes casos a correção óptica com óculos nem sempre é satisfatória. As lentes de contato rígidas, quando uma adequada adaptação pelo médico é possível, permitem excelente qualidade visual. Quando isto não é possível, existem cirurgias para melhorar a situação refrativa, principalmente quando o grau de um olho está muito diferente do outro (chamamos isso de anisometropia). Implante de anel estromal (anel de Ferrara), topoplastia com laser de femto-segundo (ou incisões arqueadas) e tratamento com excimer laser são opções cirúrgicas que podem ser discutidas em cada caso.
12. Depois de um transplante de córnea a doença pré-operatória pode voltar no transplante?
Algumas vezes sim. Depende da patologia que ocasionou a baixa visão antes da cirurgia. Por exemplo, distrofias corneanas podem recidivar num transplante com variável frequência. Ceratocone pode recidivar muito raramente. O mais importante é um acompanhamento rigoroso com o médico oftalmologista ao longo dos anos depois da cirurgia realizada.
13. Quanto tempo depois de um transplante de córnea o paciente pode realizar atividade física?
Muitos cirurgiões de córnea preconizam 3 a 6 meses para retorno de atividade física. Esta questão deve ter uma resposta personalizada e deve ser discutida caso a caso com o oftalmologista pois existem muitas variáveis em jogo, como tipo de transplante, tipo de atividade física, idade do paciente, doenças associadas, etc...