1. Qualquer pessoa pode se submeter à cirurgia refrativa?
Não. Uma avaliação oftalmológica pré-operatória levará em conta alguns fatores da anamnese (entrevista médica durante a consulta) e dos resultados de exames complementares (topografia e tomografia da córnea, entre outros) para definir qual o risco envolvido. Caso a avaliação conclua que o risco para aquele paciente é maior que o risco habitual inerente ao procedimento (geralmente baixo), a cirurgia poderá ser contra-indicada pelo oftalmologista.
2. Quais os principais tipos de cirurgia refrativa?
As principais modalidades são PRK (cirurgia refrativa corneana de superfície) e LASIK (cirurgia refrativa corneana que envolve confecção de um flap, com lâmina ou com laser - iLASIK ou femto-LASIK).
3. Os riscos são iguais para PRK e para LASIK?
Não. Cada uma dessas modalidades apresenta riscos próprios. Apenas uma avaliação pre-operatória minuciosa e discussão entre médico e paciente pode definir qual a técnica ideal a ser escolhida para cada caso.
4. Qual resultado devo esperar? Qual técnica deve "zerar" o meu grau?
A termo "zerar o grau" deve ser evitado. Não se deve ter falsas expectativas quanto aos resultados que a cirurgia refrativa pode oferecer. O objetivo deve ser diminuir ou em alguns casos até mesmo acabar com a dependência de correção óptica (óculos ou lentes de contato). Mas o resultado final, apesar de ter boa previsibilidade na maioria dos casos, pode variar e um grau residual após o procedimento pode existir. O paciente deve estar ciente desta possibilidade.
Além disso, o grau pode voltar parcialmente (ou integralmente em raros casos) após algum tempo de cirurgia, ao que chamamos de regressão. Algum grau de regressão é geralmente mais esperado após PRK que após LASIK. Além disso, após cerca de 40 anos de idade, com o desenvolvimento da presbiopia (vista cansada, dificuldade para perto) o paciente pode voltar a necessitar de correção optica, como óculos para leitura. Existem algumas estratégias cirúrgicas para se diminuir a dependência de óculos pra perto após a presbiopia. Isto deve ser discutido com o oftalmologista antes da realização da cirurgia.
5. Como é a anestesia para a cirurgia refrativa?
Geralmente apenas anestesia tópica (gotas de colírio anestésico) é o suficiente durante o procedimento. Em alguns casos, uma leve sedação oral (comprimidos) na véspera e/ou horas antes de operar pode oferecer maior controle da ansiedade e proporcionar uma experiência cirúrgica mais tranquila. Isto deve ser discutido com o cirurgião previamente e uma consulta com um psiquiatra pode ser indicada para controle da ansiedade no período que antecede a cirurgia.
6. Após cirurgia refrativa o olho é tampado?
Não. Geralmente não é necessária a oclusão do globo com curativo. Uma lente de contato terapêutica pode ser usada após o procedimento por alguns dias até que a superfície ocular se recupere.
7. Quanto tempo devo parar de usar minha lente de contato antes de operar?
Esta recomendação varia muito entre os cirurgiões. Uma parcela dos oftalmologistas recomenda 48 horas de suspensão para lentes gelatinosas e 7 dias para lentes rígidas.
8. Quanto tempo leva pra enxergar bem após a cirurgia?
Este tempo de recuperação até se atingir o resultado refrativo final pode variar dependendo da técnica empregada e também conforme fatores individuais de cicatrização. Assim, pode variar de dias a meses. Habitualmente espera-se uma boa visão após o LASIK em alguns dias ou semanas de pós operatório, ao passo que o PRK apresenta recuperação bem mais lenta, podendo levar meses pra estabilização refracional.
9. Posso fazer esportes ou pegar peso após a cirurgia refrativa?
Na maioria das vezes, após o período de recuperação, o paciente está livre para retornar às suas atividades habituais, incluindo a prática de esportes. Após o LASIK, devido à existência de um corte (flap), o paciente deve ficar mais atento à possibilidade de trauma, o que poderia causar deslocamento do flap, mesmo anos após a cirurgia.
10. A partir de que idade posso fazer cirurgia refrativa?
O ideal para um bom resultado após a correção refrativa com laser é que o grau esteja estável, o que chamamos de estabilidade refrativa. Existe variação entre a idade em que as pessoas atingem esta estabilidade no desenvolvimento do globo ocular. Após o término do período de crescimento do globo ocular, geralmente o grau muda muito pouco. Antes dos 20 anos de idade, a probabilidade de o olho ainda estar se desenvolvendo é maior, ao passo que após os 25 esta chance é mais remota. Assim, o mais importante é constatar através do exame de refração que o grau está estável.